Como parte do projeto Arquivo em Movimento, Eugênio Lima, do coletivo Legítima Defesa, coloca em diálogo a biblioteca de Maurinete Lima – um acervo de resistência negra, que até hoje constrói um corpo de conhecimento e luta contra o racismo, o genocídio diário e à colonização que não terminou de acabar – com a biblioteca da Casa do Povo – formada por livros que resistiram ao nazismo, à ditadura militar e que guardam a história do bairro e da comunidade judaica.
Nos três encontros desta oficina, serão trabalhadas as possíveis relações entre estes dois acervos, a partir das conexões entre os diferentes autores e autoras. A ideia é produzir uma cartografia destes conhecimentos que resistiram ao apagamento do tempo e traçar um caminho, uma nova malha para entender “o tempo que nos toca viver”.
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Biblioteca Maurinete Lima_Biblioteca da Casa do Povo
14, 15 e 16/12, das 19h às 22h.
Inscrições abertas pelo formulário.
Capacidade máxima: 30 participantes
A seleção será feita por ordem de inscrição. A oficina acontece pelo aplicativo Zoom.
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Sobre os convidados
Eugênio Lima é Dj, Ator-MC, Diretor de teatro, Pesquisador da cultura Afro-diásporica, Membro Fundador do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, da Frente 3 de Fevereiro e Diretor do Coletivo Legítima Defesa.
Maurinete Lima nasceu em 1942 em Recife e faleceu em 2018, em 15 de janeiro. Socióloga, poeta, ativista. Professora aposentada da UFRN. Mestra pela USP e técnica da Sudene. Fundadora da Frente 3 de Fevereiro.
Em 2013, começou a frequentar saraus, escrever poemas que agora estão reunidos em Sinhá Rosa, lançado em agosto de 2017. Atuou no movimento feminista interseccional. Premiada na FLUPP 2016 com o terceiro lugar no campeonato nacional de poesia falada, e recebeu também o prêmio Carolina Maria de Jesus, oferecido a mulheres negras que realizam relevantes trabalhos sociais. Participou do Espetáculo SLAM! Eu, Tu, Nós, VOZ! – Abertura do Encontro Estéticas das Periferias; do premiado filme SLAM: Voz De Levante, dentro do Festival do Rio e na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo; do Encontro performático junto com o grupo Legítima Defesa, no SESC Pompéia; e fez parte dos encontros promovidos na Exposição AGORA SOMOS TODOS NEGRXS?, no Galpão VB.
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O projeto Arquivo em Movimento dá continuidade ao processo de retomada do arquivo da Casa do Povo, reinaugurado em 2019, após quase 40 anos fechado ao público. Nesse processo de movimentação do arquivo, os leitores e leitoras são peça central, que ativam conteúdos, tecem relações, propõem leituras e dão vida a essas coleções. Assim como um território sem vizinhos não é um bairro, uma biblioteca sem leitores é apenas um depósito.
Arquivo em Movimento é uma realização da Casa do Povo em parceria com o projeto original Archival Consciousness [Mariana Lanari e Remco van Bladel]. Foi contemplado pelo ProAC Modernização de Acervos de Museus e Arquivos do Estado de São Paulo e pelo Creative Industries Fund NL.